Numa iniciativa da Faculdade de Economia, foi realizada no dia 9 de outubro a primeira sessão do Fórum de Executivos da FAAP, com o objetivo de estreitar os vínculos da FAAP com seus ex-alunos, bem como o relacionamento entre eles e deles com o mundo empresarial. Busca-se também abrir espaço para o aprendizado dos alunos, via sua participação no Fórum, do qual se espera também material para publicações e para a elaboração de estudos de casos.
Dois empresários de destaque, Roberto Teixeira da Costa e Manoel Horácio Francisco da Silva, têm atuado como coordenadores do Fórum e contribuíram também para idealizá-lo. O Fórum está aberto também a convidados formados por instituições de ensino que não a FAAP.
As sessões, realizadas no Centro de Convenções, são organizadas de forma a começar com um café da manhã, com os participantes chegando às 8 horas, tomando essa refeição e desde logo interagindo com os demais participantes. Às 8h30 um convidado especial faz uma apresentação de 30 a 40 minutos sobre um tema, seguindo-se debates entre os participantes. O encerramento ocorre às 10 horas.
O tema da primeira sessão foi a questão dos juros e do mercado de crédito no Brasil e teve como apresentador o ex-aluno de Administração de Empresas da FAAP, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central do Brasil no governo FHC e atualmente sócio e diretor da Gávea Investimentos.
Figueiredo iniciou sua exposição ponderando que juros reais básicos acima de 10% ao ano no Brasil são realmente um absurdo. Alguns atribuem isso a características peculiares do país, como a ainda frágil corrente de comércio exterior, a escassez de poupança e outras, mas ele se referiu a pesquisas que demonstram que países com características semelhantes às do Brasil têm taxas de juros bem mais baixas.
Ele prosseguiu afirmando que há condições para chegarmos a uma taxa básica próxima de 6% ao ano. O setor externo foi ajustado, as necessidades de financiamento em moeda estrangeira foram reduzidas e são muito poucos os recursos de curto prazo investidos aqui e sob risco de uma fuga intempestiva. 2002 foi um ano particularmente importante, pois significou uma mudança de paradigma, ao afastar receios que cercavam a gestão econômica do governo Lula. A oposição hoje é constituída por PFL e PSDB e os riscos de descontinuidade são praticamente nulos.
Segundo Figueiredo, chegou o momento de testar juros básicos mais baixos. O mercado de crédito é ainda incipiente, alcançando apenas 26% do PIB, dos quais 13% são dirigidos ao setor público. Para avançar com juros mais baixos, é preciso que não haja “uma crise por ano” e segurança jurídica para recuperação de créditos e de exercício das garantias. Para realçar a importância dessa segurança, assinalou que os créditos mais baratos, como os ACCs (Adiantamentos de Contratos de Câmbio) e os de financiamento de automóveis, são aqueles que têm garantias mais sólidas. Depois de abordar outros aspectos, Figueiredo colocou-se à disposição para debater o assunto.
Nos debates, Manoel Horácio F. da Silva ponderou ser preciso que o governo se retraia como grande tomador de recursos que é. Roberto T. da Costa manifestou a esperança de que, com a queda dos juros, o mercado de capitais se fortaleça, pois hoje o investidor prefere ficar nas aplicações financeiras, em que tem rentabilidade, liquidez e segurança. Vários outros participantes também apresentaram suas ponderações.
A primeira sessão do Fórum começou e terminou no horário, uma prática que se pretende manter com rigor nas sessões futuras.
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